O grupo Ibersol, que detém as marcas Pizza Hut, Burger King e KFC, entre outras, obteve lucros de 27,1 milhões de euros em 2019, mais 8,2% que em 2018, sendo que nos últimos três anos teve lucros de 80 milhões de euros.

Não é admissível, por isso, que o grupo Ibersol, na primeira contrariedade do seu negócio e num quadro de grandes dificuldades para os trabalhadores, recorra ao lay-off e, deste modo, reduza a retribuição a cerca de 5 mil trabalhadores.

Além disso, o grupo Ibersol pretende reduzir o valor por entrega aos distribuidores da Pizza Hut de 0,71€ para 0,67€ por entrega, alegando a redução do preço da gasolina no mercado.

Ora, estes trabalhadores exercem funções de risco e merecem, não uma redução da retribuição, mas um prémio de risco, como aliás reclamam há muito tempo.

Por outro lado, estes e os demais trabalhadores do grupo Ibersol, não tiveram nenhuma atualização salarial em 2019, salvo o valor do SMN que passaram a receber em janeiro.

Cerca de 80% dos trabalhadores do grupo Ibersol auferem o Salário Mínimo Nacional, o que é uma vergonha para uma empresa com estes lucros acumulados.

Além disso, as vendas da Pizza Hut têm aumentado muito neste quadro epidémico e os trabalhadores não têm beneficiado nada com isso.

Por outro lado, a empresa, em lugar de aumentar o seu quadro de pessoal, tem recorrido à Uber Eats e à Glovo para a entrega ao domicilio de refeições, pondo em causa a qualidade de serviço, já que estas empresas não garantem a mesma qualidade que a Ibersol, não só pela falta de formação profissional dos distribuidores, mas também e fundamentalmente pela qualidade dos sacos dos transportadores, muitos deles em mau estado, que não garantem mínimas condições de segurança e qualidade do produto da marca Ibersol.

O sindicato já reclamou junto da empresa um maior investimento na abertura de novas lojas e contratação de mais distribuidores para assegurar uma maior área pela sua marca e dispensar as outras distribuidoras.

Além de pagar mal, o grupo Ibersol não garante as melhores condições de trabalho aos distribuidores, pois há falhas gritantes na proteção individual onde o gel desinfetante só foi distribuído individualmente uma vez aos distribuidores e, como esse acabou, só podem desinfetar as mãos quando chegam ao estabelecimento.

Há ainda outra queixa recente dos distribuidores pois não sabem para onde vão as gratificações deixadas pelos clientes que encomendam através das aplicações Uber Eats, uma vez que os clientes já perguntaram aos distribuidores se estão a receber as gratificações que eles dão. O sindicato já reclamou à empresa, mas não obteve resposta.

Porto, 27 de abril de 2020                                                A Direção